Depoimento da minha "amiga do peito".

Eu, Marisa, sou mãe da Fabiana e avó da Marina. Até agora não sabia como e o quê escrever neste espaço virtual. Todo sentimento procuro demonstrar através de gestos, cheiros, beijos, abraços, ouvidos para escutar, colo para acarinhar, doces e salgados, cachecóis, muitos cachecóis. Dia e noite, lágrimas ocultas e soltas, risadas, gargalhadas, brigas, reconciliação, recados, mensagens. Mensagens, escrever para minha filha e sua continuação, minha neta.

Logo que Marina nasceu me perguntaram como era ser avó, e a resposta saiu tão espontânea, “agora eu sou imortal”.

Mas na verdade, me tornei imortal quando num 28 de outubro recebi em meus braços uma menininha. Esperava um menininho, mas, veio uma menininha.

Essa menininha, gostava de um colo, de um mama, mas a ignorância, ou a falta de experiência e informação me levaram a tirá-la do peito aos seis meses. E essa menininha foi crescendo à minha revelia, é lógico. Cantava para ela, ria com ela, adorava pentear seus cabelos. A minha “...Menininha”, do poetinha Vinícius de Moraes.

“Menininha do meu coração

Eu só quero você

A três palmos do chão

Menininha, não cresça mais não...

Senhorinha levada

Batendo palminha

Fingindo assustada

Do bicho-papão...”

Agora, é ela quem canta para sua menininha, e como ela se parece com a minha menininha!

Minha menininha, é hoje uma mulher, mãe, e que mãe. Seus olhos brilham quando olha para sua cria. Quando Marina nasceu, e ela ainda estava com aquele camisolão do hospital ainda meio anestesiada, não teve dúvidas ao colocá-la junto ao seu corpo, dentro do camisolão. Vi ali que a minha Fabinha, a minha menininha, agora era a Fabiana, mãe da Marina.

E por se tornar mãe, fez o que todas as mães fazem ou deveriam fazer, amar seu filhote, defendê-lo e amamentá-lo. Dar o que há de melhor em si, o amor através do seu peito.

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